Muito além da duna

Foto: Suelen Dias

Por ser uma área dunar, a ZPA -4 é bem mais do que um agrado aos olhos.A reserva é importante para a manutenção dos lençóis freáticos, bem como colaboradora para a conservação de região de mangue, existente em função da proximidade com o Rio Jundiaí.

Apesar disso, pouco tem sido feito para proteger o local, em função do desinteresse dos governantes e da desinformação dos moradores.




Veja as fotos da nossa visita ao cartão postal do Guarapes:

Por Ana Luiza Paz

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Achamos no Guarapes: As ruínas da casa da Viúva Machado

Foto: Suelen Dias

As margens do Rio Guarapes, nas redondezas do primeiro porto do Natal, é possível avistar as ruínas do casarão da tradicional família Machado, onde a viveu a lendária Dona Lucina, mas conhecida como Viúva Machado. Essa figura folclórica viveu mais de cem anos solitariamente, apenas com a companhia de uma fiel criada – Dona Marileon – ex-escrava da família, segundo historiadores.

Narram os mais velhos que as duas se alimentavam do fígado das crianças pobres, as quais vez por outra eram atraídas por comida e brinquedos ao casarão onde eram mortas, o que justificava as longas orelhas da patroa e da empregada.

Por Ana Luiza Paz

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Guarapes e o problema da mobilidade urbana

Foto: Suelen Dias

Um dos maiores problemas sofridos pelo bairro Guarapes é o deficitário sistema do transporte público que atende o lugar. Diferentemente de outros bairros da capital que chegam a ter até seis linhas de ônibus, o Guarapes conta apenas com duas, são elas: o cinqüenta e nove, único ônibus que liga o bairro ao centro da cidade; e o quinhentos e trinta e sete, um circular que faz a rota Felipe Camarão - Guarapes. 

Para agravar ainda mais a situação da população, os coletivos que cortam o Guarapes só saem no intervalo de quarenta minutos, o que atrapalha e revolta quem trabalha ou estuda em outras regiões. Além disso, devido a falta de interesse dos governantes em construir um acesso que ligue o Guarapes ao Planalto, o único acesso possível para o bairro é a BR 226. Ou seja, se por algum acaso a BR for bloqueada, os moradores do bairro ficarão isolados.

Por Fernando Campos

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A realidade da saúde no Guarapes

Foto: Lisandra Bernardino

Não muito diferente da realidade da saúde pública nacional, o Guarapes também sofre com o deficitário serviço oferecido e as péssimas condições físicas da unidade médica do bairro, que tem os atendimentos divididos entre o posto e um ônibus adaptado e sucateado pelo tempo. 

Diante disso, funcionários e moradores convocaram uma reunião para cobrar junto as autoridades as devidas melhorias. Na assembléia os funcionários da prefeitura assumiram o compromisso de iniciarem uma reforma para estruturar as condições físicas, bem como a aquisição dos equipamentos e materiais em falta. O que está sendo cumprido, para a alegria do povo do Guarapes. 

De acordo com Ercilio Dantas – supervisor da obra – oito trabalhadores estão envolvidos na conclusão da reforma, que deve durar em média 15 dias.

Veja abaixo imagens das condições precárias do Posto de Saúde e da Unidade Móvel de Saúde:

Por Ana Luiza Paz

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A educação no Guarapes

Foto: Suelen Dias

A educação no bairro Guarapes encontra alguns desafios. Em conversa com o diretor da Escola Municipal Francisco Varela, o senhor Genival Batista, descobrimos que a freqüência dos alunos na instituição é boa até o terceiro ano do ensino fundamental, depois disso há uma evasão que chega a desmotivar quase cinqüenta por cento dos discentes. Em contra partida, nossa equipe conversou com a aluna do sétimo ano, Gabriele Camila, que estuda na escola há três anos e que se mostrou apaixonada pela escola. “Quem chega aqui se encanta”, disparou a garotinha esperta.

Uma moradora, desabafou a sua preocupação com sua filha, que estava para entrar no ensino médio e ainda não fazia ideia para que curso iria prestar no vestibular. Ela nos disse que o bairro é muito carente de informação e por isso os jovens ficam sem referência. Nesse caso, a mídia seria sem dúvidas uma excelente aliada dessa comunidade chamando a atenção dos poderosos para as necessidades do local. Mas, o discurso que está na boca de todos moradores é que a imprensa só  aparece quando há um cadáver no chão.

Por Fernando Campos

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Achamos no Guarapes: A Rádio Comunitária

Foto Suelen Dias

A Rádio Comunitária do Guarapes foi idealizada pelo morador João Batista, que a base de muito esforço construiu no quintal de sua casa um pequeno estúdio, no qual ao longo de nove anos está sendo equipado com o que sobra do salário, que também sustenta a casa, a esposa e uma filha pequena, uma vez que os comerciantes locais pouco se interessam em patrocinar a ideia, o que não desencoraja nem um pouco o sonhador radialista.

Por Ana Luiza Paz

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Achamos no Guarapes: Favela Anatalia

Fotos Suelen Dias

Fundada em meados de 2010 a comunidade “Anatalia” abriga cerca de 400 moradores, quase todos migrantes dos bairros vizinhos Felipe Camarão e Planalto. 

Quem vive por lá sabe bem o significado da palavra improviso, pois a maioria das habitações foi erguida de forma totalmente improvisada, utilizando materiais pouco resistentes como papelão, lona e barro. Para agravar ainda mais a situação a favela está situada nas proximidades do campo dunar da ZPA – 4 o que representa um risco tanto para a preservação da reserva natural, quanto para a segurança dos residentes.

Por Ana Luiza Paz

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Achamos no Guarapes: O Bar do Esporte

Foto por Suelen Dias

De aparência humilde, fundado por Juscelino Figueiredo em 2001, o “Bar do Esporte” é um dos pontos de diversão do Guarapes. Localizado na frente do campo de futebol Senador Carlos Alberto, o bar, além de divertir os jogadores e torcedores em dias de jogo, também serve como vestiário para os 14 times (1 feminino e 13 masculinos) existentes no bairro.

O campo de futebol, mesmo com a falta de grama e alambrado, é cuidado pelos moradores (que também são os atletas) e traz muita diversão aos que o freqüenta.

Por Suelen Dias

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Achamos no Guarapes: Banda Ricardo Lima e Cia

Formada em 2003 por moradores do bairro Guarapes, a Banda Ricardo Lima & Cia, já tem oito anos de história, quatro CDs gravados e uma media de 12 apresentações por mês.

Com um estilo musical bem diversificado, o repertorio resgata sucessos dos anos 60, anos 80, bem como os hits da MPB, do rock, e como não poderia faltar do forró, ritmo preferido dos nordestinos.

Entre os componentes estão Ricardo Lima no vocal, Andriellis Mateus no teclado, Ricardo Júnior e Cassielly como Backing vocals. Todos apaixonados por musica e tão disciplinados que ensaiam oito horas por semana.

Com tamanho esforço fica difícil não se interessar pelo trabalho de Ricardo Lima & Cia, então veja abaixo o vídeo do ensaio da banda:

Contato para shows através do telefone: (84)8845-7364.

Por Ana Paula Silva

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Você conhece o bairro Guarapes?

Foto Lisandra Bernadino

Localizado na Zona Oeste da Capital Potiguar, o bairro Guarapes já ficou conhecido na cidade pela recorrente violência e o pelo tráfico de drogas. Entretanto, atualmente a cara do lugar é outra, o bairro vem se reestruturando e valorizando sua cultura. A frente do Conselho Comunitário, o Sgt. Duarte busca, em parceria com a comunidade, apagar essa imagem negativa que tanto discrimina a população, pois, há cinco anos, estes números já foram reduzidos e vem diminuindo a cada dia com o trabalho do próprio conselho e da polícia de bairro.

“Houve de lá pra cá alguns avanços, como a mobilidade urbana, drenagem e pavimentação de ruas e posto policial”, explica Duarte.

Além disso, outros projetos são a criação de programas que estimulem a conscientização educacional e ambiental. Apesar da vida simples, a população carente do bairro Guarapes tem o privilégio de ter por perto riquezas naturais de preservação ambiental e histórica, como a Zona de Proteção Ambiental 4 (ZPA-4) e o Rio Potengi.

Para conhecer o bairro, você pode utilizar o transporte público (ônibus) com as linhas 59 e Circular 537. E, se for de carro, ir pela BR 226.

Ouça a entrevista com o Sgt Duarte falando sobre a atual realidade do bairro Guarapes:

Veja também:

• O início: Guarapes

Por Ana Paula Silva

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Palavra de Especialista

Pouca gente sabe, mas o bairro Guarapes abriga a Zona de Proteção Ambiental 4 (regulamentada pela Lei Municipal n 4.912 , de 21 de dezembro de 1997) que abrange cordões de dunas de relevante beleza cênico-paisagistica da cidade, e que se destaca em meio aos contrastes de relevo com o tabuleiro costeiro e o estuário do Rio Potengi. Para conhecer um pouco mais e discutir a sua importância, entrevistamos o Professor de Geografia Sami Andrade que deu os devidos esclarecimentos.

Ouça o áudio completo da entrevista clicando abaixo.




Por Ana Luiza Paz

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Achamos no Guarapes: Jorge da Costa

Por Ana Luiza Paz

Crédito Lisandra Bernadino

Passeando pelas vias pacatas do bairro Guarapes encontramos Seu Jorge da Costa.
 

O simpático senhor de 78 anos, administra uma pequena oficina que conserta  eletrodomésticos. Religioso, exibe com orgulho sua devoção pelo Pe. João Maria – sacerdote que viveu no Rio Grande do Norte entre 1848 a 1905 e, ficou bastante conhecido por seus trabalhos em prol dos mais necessitados. Tão querido que  sua morte abalou o estado, chegando a ser apelidado entre os potiguares de o “Santo de Natal”.
 

Além disso, Seu Jorge, não nega as tradições nordestinas e cultiva o habito de fumar cachimbo enquanto ouve rádio durante a noite.

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O início: Guarapes

Por Fernando Paiva

O bairro Guarapes nasceu no ano de 1988, mas sua ocupação teve início a partir de 1983. A prefeitura permitiu essa ocupação com a intenção de extinguir as favelas nas demais regiões da cidade. Porém, após todos esses anos, muitos moradores do bairro vivem de forma precária, reivindicando melhorias, dentre elas se destacam: a pavimentação, o esgoto sanitário e a segurança.

Com seus moradores simpáticos, receptivos e simples, o bairro conta com uma curiosidade: ele é o segundo maior em área, possuindo 1.280,13 hectares, perdendo apenas para o bairro Lagoa Azul. No Guarapes pode-se localizar a existência de duas Zonas de Proteção Ambiental (ZPA); a de número 4, que compreende uma vasta área de dunas, e a ZPA 8, o manguezal. Infelizmente, essas ZPAs não são devidamente preservadas, já que segundo relatos dos moradores, o desmatamento ocorre pela exploração ilícita da madeira, queimadas e, principalmente, construções realizadas em áreas inapropriadas, que inclusive oferece risco de desabamento de encosta.

Crédito: Lisandra Bernardino

Você conhece o Guarapes? Mande seu relato.
Sabe de algum local que está sendo desmatado? Denuncie!

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Equipe

A equipe desse blog é composta por estudantes do segundo semestre em Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Potiguar – UnP.

• Ana Luiza Paz – Reportagem
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• Ana Paula Silva – Reportagem
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• Fernando Paiva – Reportagem
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• Lisandra Bernardino – Fotografia
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• Suelen Dias – Mídias na web e edição
Twitter | Email

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Sobre o Blog

Por Ana Luiza Paz
 

O Rio Grande Norte é de fato uma terra privilegiada. Além ser berço de grandes escritores como Câmara Cascudo e personalidades como o político Café Filho, também abriga raras belezas naturais que estampam cartões postais e tanto encantam os turistas.
 

Dentre elas, uma em especial é pouco conhecida entre os próprios potiguares: o campo dunar localizado na região do bairro Guarapes em Natal.  Local esquecido, mas tão importante que após determinação do plano diretor urbano recebeu a designação de Zona de Proteção Ambiental 4 (ZPA-4), e é dela que vamos abordar de perto temas relacionados, desde seu caráter ecológico a população que habita em seu entorno, explorando suas histórias, necessidades, curiosidades e modo de vida.
 

Fique a vontade para navegar nesta página que foi cuidadosamente criada para levar até você todos os resultados colhidos por nossa equipe durante o “Projeto Comunicação Alternativa” proposto por nossos professores do curso de Jornalismo da Universidade Potiguar – UnP.

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